A crescente tendência do consumidor moderno em buscar um estilo de vida mais sustentável está amplamente documentada e isso não passou despercebido pela indústria cosmética.
A quantidade de lançamentos de produtos que têm uma forte pegada sustentável, direcionados para um público cada vez mais preocupado com a origem dos cosméticos que consome, confirma esta tendência. Segundo artigo publicado recentemente pelo Euromonitor, esses “consumidores detetives” estão presentes em grandes percentuais em todas as gerações – Baby Boomers, Milennials, Geração X e Z.
Em um mundo onde, segundo a ONU, mais de 3 bilhões de pessoas ou 54% da população mundial vive em centros urbanos, uma nova questão vem colocando ainda mais pressão sobre a indústria: como produtos cosméticos e de higiene pessoal são usados em larga escala e de forma regular em todo o mundo, grandes quantidades de ingredientes químicos empregados em suas fórmulas são liberadas continuamente no ambiente. Muitos desses produtos contêm moléculas de origem sintética e não-sustentável que se caracterizam pelo potencial de bioacumulação, representando uma ameaça aos ecossistemas e à saúde humana.
Em um artigo intitulado “Cosmetic Ingredients as Emerging Pollutants of Environmental and Health Concern. A Mini-Review” (Cosmetics 2017, 4(2), 11) publicado em abril de 2017, os pesquisadores italianos Claudia Juliano e Giovanni Magrini forneceram uma visão geral dos ingredientes que são considerados poluentes ambientais emergentes de particular preocupação, como UV filtros, alguns conservantes (parabenos, triclosan) e microplásticos.
Outras substâncias usadas em cosméticos como corantes, neutralizantes, ceras parafínicas e polímeros sintéticos como os poliacrilatos também podem causar um significativo impacto ao meio ambiente.
Muitos desses ingredientes estão sendo banidos em alguns países, forçando a indústria a buscar alternativas para as suas formulações. Antecipar-se a essas mudanças antes que aspectos legais as tornem inevitáveis tem sido o movimento de empresas inteligentes que pretendem manter seus produtos nas prateleiras pelos próximos anos.
Para ter acesso à íntegra do artigo “Cosmetic Ingredients as Emerging Pollutants of Environmental and Health Concern. A Mini-Review”, clique aqui.